quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Noite cinzenta e calor

Noite cinzenta, chovendo lá fora, e ele dentro perdido em meio às lamentações e desilusões dos últimos dias. Viu-se preso ao desgosto, a tormenta que embaralhava sua mente. Mente que nem sente. Verdades estavam desaparecidas a muito tempo. Sabia de algo libertador preso em si e queria expulsar. Atormentada mente. Os sentidos já não se faziam presentes e a sensação de mal estar dominava. Sono. Sentia e queria dormir, mas a chuva não deixava. O calor não deixava e as coisas não deixavam. Lembrou-se do que tinha e das boas lembranças que restava daqueles momentos. Vivia pouco e o pouco que vivia não fazia sentido. Perdido. Não sabia descrever, nem estabelecer as conexões necessárias para explicar o que sentia. Ilusão, talvez. Os fatos não levavam a isto. O que surpreendia cada vez mais. Fatos. São aqueles que nos últimos dias o fez lembrar que a vida se tornou confusa, uma incessante busca de sentido, de entender o outro e de perceber que naquela noite não estava cinza e nem chovendo, mas com estrelas e um céu límpido embebedado em uma onda de calor que invadia sua alma e seus pensamentos.

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