segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Noite de Domingo

Noite de domingo. Ele não conseguiu dormir. Pensou na grande questão de que não havia ninguém para quem pudesse ligar, ou conversar. Sentia que havia um grande vazio em seu coração, como se essa frase tão clichê dominasse sua alma e penetrasse todos os poros de sua pele. Questionou o que seria esse vazio, mas não encontrou respostas. Percebeu que nunca encontrou respostas a outras coisas da vida. O que fazer? Então resolveu levantar de sua cama e escrever o que passava em sua mente para ver se acalmava aquilo que lhe afligia. Descobriu que poderia ser medo do novo, do que ainda é desconhecido. Medo porque não entendia tudo que parecia ser uma novidade excitante, mas que de certo modo lhe causava medo. Dava um tom de angustia e principalmente tristeza. Parecia que a vida era tão fácil em alguns instantes, mas a onda veio e levou tudo. Pensou! Sabia que agora poderia criar novas perspectivas, mas estava paralisado. Diante dele havia um computador e um teclado, tinha também muitas palavras. Junto a elas tinham sons, porém aquele que mais marcava era o relógio. As horas passam. O sono e o cansaço existiam, contudo ele não conseguia dormir. Voltou a pensar na angustia. Será que algo de ruim poderia acontecer? Lembrou de um sonho, um pesadelo. Fatos que impressionaram, por falarem diversas coisas que ficaram em sua mente. A rua parece perigosa, existem pessoas estranhas, não te conhecem. É verdade, refletiu, ninguém me conhece. Nem mesmo ele se reconhecia. Só conseguia ver seus pés no espelho. Os pés cansados de tanto caminhar e não encontrar uma razão, um ideal que pudesse confortar o seu coração e sua mente de todos esses contra-sensos da vida cotidiana, de sua vida. Questionou sua existência! Não encontrou nenhuma resposta lógica. Como pode sofrer tanto? Não soube responder. Será que vim ao mundo para questionar e para que tudo seja momentâneo? Perdeu-se na confusão de perguntas sem lógica e nem nexo. Ficou preso a meio de tanta confusão, medo, frustração, desejos, tristeza, felicidade, solidão, dores, amores, desilusão, odeio e coragem. Não encontrou as respostas. Não havia nenhuma para as questões que queria solucionar quando resolveu sentar na sala para pensar, mas percebeu na madrugada de domingo para segunda que era uma pessoa e que sendo racionalista ou idealista sofria todas as coisas que todo mundo sofre, pois também ali existia um coração e uma mente.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O acaso que se transformou em um caso

A noite que antecede o dia 20 e a madrugada desse sofrível dia me reservou coisas não muito agradáveis. Comecei a me sentir mal. Ainda não sei determinar o que é, ou o que se passa nessas horas pela minha mente. São um misto de dor física com questões psicológicas poucos trabalhados ou não resolvidos. O fato é que tive insônia, mesmo depois de um comprimido de antialérgico. Pensei que seria fácil deitar na cama e me entregar no tão solene momento do sono e dos sonhos (bons e maus), enfim me entregar a possibilidade de passar minhas horas a não pensar em nada, apenas me deixar levar por sensações e sentimentos que estão reservados na minha psique. Não consegui. Levo-me a uma sensação de frustração e nem mesmo sei se é isso que sinto, ou nem mesmo sei se o significado dessa palavra mistura-se aos significados dos meus sentimentos. Tenho medo. Medo do que está acontecendo. Medo de tudo. Não paro de pensar em uma única coisa que me levou a um acaso, cheio de fatos, me tomou de esperanças e me assaltou a mente e a minha lucidez. Foi um assalto? Acho que sim. Foi algo inesperado alucinante e que hoje sofro, mas o amanhã imprevisível e cheio de malicias, ironias e pleonasmos me aguardam e me tira o sofrer e o esperar, para depois me devolver da forma mais brutal, de uma maneira não solene, mas avassaladora.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Das ironias se fez o fim da folia

Sei que as postagens no blog estão atrasadas, hoje faço uma rodada dupla. Depois de postar sobre minha sexta-feira muito louca, aquela que antecedeu ao carnaval, falarei agora dos quatro dias de folia. Hoje a frase mais usada foi “todo carnaval tem seu fim”. O meu não poderia ser diferente dos últimos dias. Lembra do par dialético da sorte e azar, então ele permaneceu durante esses dias. Acredito que fui do céu ao inferno em algumas vezes. Mas o desfecho do carnaval foi cheio de coincidências e surpresas que fico tão desnorteado só de pensar. A história de terça de carnaval pode ser resumida num drama típico de novela do Manoel Carlos, lógico que sem o toque especial do Leblon, mas com o por do sol no Dois Irmãos. Ipanema foi o local dos acontecimentos. Sabe aquele encontro que tudo dá errado. Nada acontece, você fica desanimado e não sabe o que está fazendo ali. A vontade de voltar para seu território vai crescendo a cada minuto. E você se sente num barco a deriva, querendo encontrar um porto seguro. E era assim que estava acontecendo, resolvi ir para casa. Assim aconteceu a primeira ironia do destino. A segunda foi logo a seguir. O metrô estava impossível de entrar. Todos queriam sair do mesmo lugar ao mesmo tempo. Uma confusão só. Como não gosto de confusão resolvi pensar no plano B. Nada melhor que recorrer ao meu irmão para todas as horas. E ai aconteceu a terceira ironia do destino. Ele poderia me ajudar, mas teria que ficar sozinho, a espera, até mais ou menos umas 22:30. O que fazer? Ligar para alguém e arrumar uma companhia. E foi assim. A quarta foi as mais doidas de todas, acabei encontrando amigos que não imaginava encontrar. E ai que a noite de terça me reservou surpresas. As ironias passaram a ser fatos. Rodamos pelas ruas de Ipanema e encontrei a companhia que tinha recorrido para passar meu tempo. Ela estava bêbada e descobri que só consigo aturar uma pessoa nessa minha fase da vida. E já tinha vivenciado isso nesse carnaval. E não queria isso para o meu carnaval em seu fim. Então deixei a companhia para lá. Enfim, encarnei o vilão da história que me coloquei como o mocinho ingênuo. A surpresa da noite foi quando descobri que algo estava para acontecer muito tempo e parece que eu não percebia. E o que era ironia do destino passou a ser fatos de uma realidade que me desnorteou e me deixou em estado de êxtase, alegria e excitação. Algo inesperado, louco e apaixonante aconteceu. Antes de concluir a história de terça irei relembrar os outros dias de folia. A sexta, o sábado e o domingo foram uma coisa do tipo praia, amigos e bebidinhas. Adorei o clima. Cantei, ri, vivi coisas que não tinha vivido. Passei alguns dias com uma peça de roupa. Adotei a campanha “S.O.S Rafael, Doe Roupas”. Mas sempre com minha fiel escova de dente. Conheci pessoas interessantes que me encantaram apenas com uma boa conversa. Vi-me apaixonado e empolgado com minha vida acadêmica, mas no fim fiquei cansado. Por isso, tirei a segunda para descansar, ficar em casa e relaxar um pouco numa coisa bem família, bem o meu lugar. E voltando na terça. O carnaval teve seu fim. Um fim que me deixou encantado. Um encantamento que me preocupa e que não poderia acontecer. Um encantamento que me deixa com vontade de curtir e de afastar ao mesmo tempo. Um encantamento com uma grande dose de carinho. Carinho que precisava a muito tempo. Mas logo veio a realidade e a hora de voltar para casa seria muito complicada. E foi. Mas consegui chegar, mesmo depois de sentar num banco cheio de purpurina e esperar horas uma condução e toda hora alguém vir pedindo dinheiro no ponto onde estava. Mas enfim, o carnaval foi do tipo “a gente ri, a gente chora, e comemora o que passou”, porque “queira ou não queira terminou o carnaval”.

Uma Sexta-Feira muito doida

No dia 05 de fevereiro de 2010, vivi o que posso denominar de Sexta-Feira muito louca. Para os que pensam que troquei de alma com outra pessoa digo que não foi nada disso. Até poderia, já que estava até simpático com as pessoas. Incrível que de repente peguei-me num bate-papo descontraído com uma mulher no ônibus, mas isso foi no final e explico o motivo que me levou a tal condição. Assim, o dia começou calmo, chato! Meu planejamento não deu muito certo, como nunca dá. Não liguei, mas resolvi por em prática. Enfim, o que iria fazer era sair de tarde ir para o centro da cidade do Rio de Janeiro. Lá pegaria os ingressos que ganhei numa promoção do metrô, pelo TWITTER, e depois assistiria uma peça no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Isso seria realmente o programado, mas descobri que estou na fase sorte no jogo e azar no amor. Acabei ganhando um convite para ver a Taça da Copa do Mundo no Forte de Copacabana. Uhu! Interessante! Detalhe, descobri tal fato às 15:00 e só poderia retirar o convite até as 17:00, o bom que a sorte realmente conspirava ao meu favor, ambos os locais que teria de ir eram no centro da cidade. Fui correndo para lá. Voltaremos depois a minha ida ao centro, vamos antes relembrar alguns fatos. A peça que iria ver estava marcada para ir com uma amiga e seu namorado, tipo iria de vela, mas chamei uma companhia. Porém, como não aprendo descobri que realmente pé na bunda é pé na bunda. Enfim ela (a companhia) não deu certeza. Fez o jogo do fica ai otário me desejando. Mas vela com pessoas amadas não faz mal. Mesmo assim não rolou por conta do falecimento de um parente do meu amigo que iria com a namorada. Chato! Fiquei mal, desnorteado, pensando como não estou preparado para receber noticias sobre mortes, mesmo sendo de pessoas que nunca tive contato, mas enfim sabia um pouco da história. E da importância dessa pessoa para o meu amigo. Bom esse foi o momento LUTO. Essa história tem tantas contradições que o mas se faz necessário repetir. Lá vai! Mas, como uma pessoa que não muda muito o combinado e queria realmente ocupar-me na sexta resolvi por em prática o meu plano. Buscar convites e teatro. E ai sai em direção ao centro. Na primeira retenção no trânsito eu fiquei preocupado, não daria tempo de pegar o ingresso para ver a taça. Beleza! Deu tempo, peguei o ingresso e descobri que era só um e não um par. Legal, tenho que ir sozinho ver a taça, programão! Outro fato é que o convite era para domingo, justo o dia que iria para o baile de carnaval na fundição, o outro convite que ganhei, olha a sorte ai gente! Peguei o convite e fui andar para pegar os outros ingressos, andei para caramba (vontade de falar outra palavra, mas me faço entendido). O sol tava mortal. A volta (ir ao CCBB) eu realmente pensei em pegar o metrô, afinal era merecido, já que ganhei os convites para o baile. Agora o primeiro absurdo! Vivemos numa cidade tropical, com um clima que chega a 40ºC, com sensação térmica de 50ºC não pode entrar na sede do Metrô RJ de bermuda. Fiquei suando, no calor infernal da Central do Brasil, esperando a Anna da Comunicação. Agora a bonança! Como desculpa por não poder entrar na sede ela me deu mais dois ingressos. Que bom! Ou não, porque agora teria que convidar mais três pessoas. Enfim, feito isso poderia ir para o teatro. Peguei um ônibus com raiva do Metrô. Pela questão da bermuda. Cheguei ao CCBB, resolvi decidir qual peça iria assistir. Segundo Absurdo! Não tinha mais ingresso, e a “VACA” da atendente não quis colocar meu nome na lista de espera, disse que seria impossível sobrar ingresso. BELEZA, estava num momento Zen. Resolvi então ver a exposição e fazer hora, já que convidei a companhia e disse que caso quisesse aparecer esperaria até tal hora. Dei a liberdade da escolha. Ao mesmo tempo testaria a questão do pé na bunda. A exposição de fotos do CCBB está ótima, aliais descobri o quanto adoro ver exposição de fotos. Acho bem bacana. Como ainda fazia hora, resolvi ir ao Paço, ver uma exposição de artes visuais. Amei! Mas tive que ver rápido porque fecharia às 18:00. Depois disso voltei ao CCBB e me coloquei a esperar pela companhia. Doce ilusão, mas sabia que ela não iria. Pois é, acabei vendo um fato que me deixou irritado, tipo Fernanda Young. Avistei uma pessoa muito metida, que não tenho boas relações, entrando no Teatro. Que raiva. Ela tinha ingresso e eu não! Momento choramingando. Diante disso, lembrei que minha mãe estava saindo do trabalho e então seria uma boa voltar para casa com ela, assim teria uma companhia, já que estava me sentindo carente. Eh! Minha mãe não atendeu ao telefone, então resolvi voltar para casa. Peguei o ônibus e era o mesmo motorista e trocador que me levou ao centro. Sorte ou Azar? Sei não. Mas, de novo, descobri que era carnaval e o trânsito estava uma porcaria. Ai tinha uma senhora simpática do meu lado. Aquela que falei no inicio. Com isso, o menino carente passou a viagem toda conversando com a pobre moça. Detalhe: a conversa versava sobre a novela das oito. Cheguei em casa depois de 2 horas no trânsito e fui dormir. Nada melhor né!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Um novo tom ao Blog, após um mês imporvável.

Hoje, domingo 31 de Janeiro de 2010, acordei com algumas reflexões na cabeça. Passo agora a dar um tom mais pessoal ao BLOG, mais confessional. Voltando as reflexões. Na verdade são coisas que já passam pelos meus pensamentos a semana toda. É pensei que hoje acabou janeiro. E o que fiz além dos mesmos erros cometidos, dos mesmos filmes que se repetiram e do roteiro que é sempre o mesmo. Busco um horizonte, longínquo e impossível. Sinto-me às vezes numa espécie de texto de Shakespeare, o famoso Romeu e Julieta. Todos vivem romances complicados, em alguns casos proibidos. Também vivo, mas ultimamente estou mais para Werther do que para Romeu. Amo sem ser correspondido. Crio expectativas e elas me sufocam. Decepção fez parte do primeiro mês do ano. Aquele que o meu signo disse que seria o ano dos romances. E não é que ele acertou, foram alguns em apenas um mês. Cansativo! Louco! Inesperado! Fantasmas voltaram, teorias foram comprovadas. Sentimentos foram subtraídos. Novos surgiram. Preocupo-me. Seja lá o que for acredito no medo que me reveste nesse próximo mês. Será carnaval. Mas como já dizia a música do Los Hermanos todo carnaval tem seu fim. Qual será o fim desse carnaval? Que já começou animado. Que já demonstrou o quanto será cansativo e agitado. Penso! Será que essa agitação que preciso? Ou será que preciso da calmaria de um relacionamento estável? Dizem para mim todo tempo que sou legal. Ser legal cansa, às vezes, ainda mais quando somos apenas isso. Mas voltando a Janeiro. Esse mês que me fez mudar alguns propósitos. Um mês que me senti fraco e forte. Senti-me amado, em uma única palavra, e logo depois fui colocado no meu lugar. O lugar da solidão, da tristeza, dos abandonados e daqueles que receberam logo no início de 2010 um “pé na bunda”. Acreditei na história que esses acontecimentos não são para serem remoídos e sim superados. Superei, com os mesmos acontecimentos. E as intuições que me deixam em alerta e eu as deixo de lado. Faço de tudo para esquecê-las. Bom, o mês não foi só decepção, mas também foi de perspectivas. Um mês que surgiram novas oportunidades, novas ideias e novos projetos. Um mês com empolgação acadêmica e profissional. Resumindo, um mês louco, divertido, cansativo e neurótico. E assim, busco o horizonte e que o próximo mês ele não seja tão igual ao passado.